/Blitz: nova música e o show #40

Blitz: nova música e o show #40

Texto e fotos: Fabricio Mazocco

Mesmo com muitos blá blá blás, ti ti tis e batatas fritas, a Blitz continua, depois de 40 anos, mais viva do que nunca. Eles acabaram de lançar uma nova música e continuam em tour pelo país comemorando a data. O blog Rock 80 Brasil esteve no último sábado (30/7) no show da banda em São Carlos (SP) e traz aqui o que rolou em cima do palco.

Single
“Terror da Vizinhança” é o nome da nova música lançada pela Blitz, de autoria de Evandro Mesquita e o amigo João Suplicy (essa é a primeira parceria deles). Conforme divulgado em nota, Evandro fez a letra na pandemia e mandou para João, que fez a música. “É uma canção que faz um resgate de memórias afetivas da infância e adolescência com uma pegada bem rock ‘n’ roll”, disse Evandro. Confira abaixo o single.

Show
Às 23h30 as luzes se apagaram da casa de show Oásis. No palco Evandro Mesquita (vocal, guitarra, gaita e violão), Billy Forghieri (teclados), Juba (bateria), Rogério Meanda (guitarra), Alana Alberg (baixo), Andréa Coutinho (backing vocal) e Nicole Cyrne (backing vocal). Uma abertura para invadir o local como muito som e luz e em seguida a “Weekend” e “Betty Frígida”, do álbum “Radioatividade” (1983); “Dali de Salvador”, do disco “Blitz 3” (1984) e “Saquarema”, do álbum “Blitz 2000 – Últimas Notícias”. Que tal fazer o público pular e cantar junto? Então que venha “Mais Uma de Amor (Geme Geme)”, do primeiro álbum, o “As Aventuras da Blitz 1” (1982), com direito a uma citação de “País Tropical”, de Jorge Benjor.

Evandro conta que uma canção do primeiro disco foi censurada e que ficou feliz por aquilo, afinal os censores ouviram e a Blitz e a colocaram do lado de outros censurados, como Caetano Veloso e Chico Buarque. Ele estava falando da “Cruel Cruel Esquizofrenético Blues”, que começou com um lindo solo de gaita de Mesquita. A gaita é trocada pelo violão, Andréa e Nicole colocam um véu de noiva e a banda toca a clássica “A Dois Passos do Paraíso”, do disco “Radioatividade” (1983). “Música boa não tem prazo de validade”, afirma Evandro logo após a canção. E falando em boa música: “toca Raul” com a atualíssima “Aluga-se”, de Raulzito, do álbum “Abre-te Sésamo” (1980). Em seguida é a vez de “Baile Quente”, parceria de Evandro, Billy e Roberto Frejat, que está no álbum “Aventuras II” (2016).

Hora de uma passagem pelo rock brasileiro da década de 80: “Perdidos na Selva”, da Gang 90; “Bete Balanço”, do Barão Vermelho; “Óculos”, dos Paralamas do Sucesso; e “Sonífera Ilha” dos Titãs. Voltando ao repertório da Blitz, a regravação de “Biquíni de Bolinha Amarelinha”, gravada no álbum “Radioatividade” (1983); “Egotrip”, do álbum “Blitz 3” (1984), com muito samba; e, é claro, a mãe de todo sucesso da Blitz e uma das principais peças da vitrine do rock brasileiro dos anos 80: a “Você Não Soube me Amar”, do primeiro álbum, de 1982. Que tal um bis? Então vamos de novo com a “Geme Geme”.

É muito bom ver a Blitz completando 40 anos e fazendo nos lembrar, como disse Evandro, que música boa não tem prazo de validade.

TAGS:

Fabricio Mazocco é jornalista, doutor em Ciência Política, professor universitário, fã de rock e criador do blog Rock 80 Brasil.