/Entrevista – Bruno do Biquini Cavadão

Entrevista – Bruno do Biquini Cavadão

Hoje é quarta-feira e mais um dia de entrevista com nossos artistas do rock 80 Brasil. Na galeria do rock de hoje Bruno Gouveia, o vocalista do Biquini Cavadão. Nesta entrevista exclusiva ao blog Rock 80 Brasil, Bruno falou da relação da banda com a internet, composições e o novo trabalho. Deixe seu tédio de lado, esqueça a timidez e embarque nesta.

Bruno, a internet estabeleceu uma nova forma de contato entre artista e público. É “dever” do artista se integrar nas redes sociais e interagir com os usuários?
Bruno: Isto, claro, depende do artista. Há inclusive alguns que se tornam famosos por serem “inalcançáveis”, “indisponíveis”, aumentando ainda mais o séquito de fãs. Cada artista tem uma forma de se apresentar e a internet é um espelho disso. Do mesmo modo como existem artistas que exercem uma comunicação intensa com o público em seus shows, tem aqueles que são “misteriosos”, “lacônicos”, alguns se apresentam como uma obra a ser admirada, outros como uma obra a ser transformada, e não existe regra ou fórmula para dar certo. Portanto, a internet é apenas uma nova porta, um novo caminho, não necessariamente uma rota a ser seguida.

Como fica a divulgação do grupo com a internet? Muda alguma coisa?
Bruno: O Biquini Cavadão foi a primeira banda a entrar na Internet quando ela chegou ao Brasil em 1995 e desde então a utilizamos com muita tranquilidade. Nada muda quando isto já é tão natural para nós.

Leoni e Ritchie usaram as redes sociais para fazer música e clip com o público. O Biquini Cavadão pretende fazer algo nesta linha?
Bruno: Leoni e Ritchie são grandes compositores. Pode ser que a gente faça algo, mas não por agora. O que eu faço é compor com meus parceiros via internet há algum tempo. É o caso de “O Último a Saber”, música do novo disco que compus com João Vasconcelos, que era da banda Los Porongas, do Acre, e que conheci pela internet e gostei do trabalho.

O Biquini Cavadão tem trabalhos dedicados ao Rock dos anos 80 no Brasil. É uma homenagem ou uma forma de deixar viva esta época para o público atual?
Bruno: É uma homenagem, com certeza, a uma época muito fértil no rock brasileiro. Ao mesmo tempo, buscamos fazer uma releitura que trouxesse para o presente estas canções – ao contrário de promover uma volta ao passado. Em geral, o que muitas bandas e artistas fazem ao tocar as músicas do jeito que foram gravadas é tentar fazer um revival de uma época que não voltará mais. E festas da Jovem Guarda também existem ou festas de Discoteca. São as que mais fazem sucesso para os saudosos dos anos 60 e 70. O Biquini Cavadão ao gravar dois discos com repertório dos anos 80 quer apenas mostrar que determinadas letras ainda se aplicam muito ao nosso cotidiano. O país não mudou em vários aspectos, infelizmente.

Quais os planos do Biquini Cavadão para este ano?
Bruno: Lançar o novo disco “Roda-Gigante”, fazer shows pelo país e planejar um novo trabalho, desta vez em DVD.

*Foto de Léo Paiva

Fabricio Mazocco é jornalista, doutor em Ciência Política, professor universitário, fã de rock e criador do blog Rock 80 Brasil.