Pode ser apenas uma ideia ainda não comprovada cientificamente, mas dá a impressão que parte das nossas bandas e artistas do Rock 80 Brasil tem no segundo disco uma espécie de amuleto e sinônimo de clássicos. Podemos dizer isso do “Passo do Lui”, dos Paralamas do Sucesso, do Lobão e Ronaldos, da “Revolta dos Dândis”, dos Engenheiros do Hawaii e, é claro, do “Dois”, da Legião Urbana.
Se o primeiro disco de 1985 apresentou a Legião, o “Dois”, de 1986 mostrou que banda não estava para brincadeira não. Com uma capa simples, as músicas ali presentes não são simples e até hoje são cantadas.
A intenção inicial para o segundo trabalho do grupo era fazer um álbum duplo com o título “Mitologia e Intuição”, mas a gravadora resolvei ainda não apostar tanto assim e saiu um álbum “simples” fisicamente. O álbum traz sucessos como “Eduardo e Mônica” (composta por Renato Russo na sua época de Trovador Solitário – anterior à Legião), “Quase Sem Querer” e “Tempo Perdido”.
O disco abre com “Daniel na Cova dos Leões”, cheio de mensagens que até hoje tentam desvendar. Está lá também “Música Urbana II”, um quase blues cheio de poesia. Também a “Indios” que reza a lenda ter siso a última composta no disco e que, com a música gravada, bastou alguns minutos para Renato escrever a letra.
O álbum só no lançamento vendeu mais de R$ 250 mil (e mais de R$ 1,2 milhões de cópias até hoje) e está entre os principais clássicos do Rock 80 Brasil.