Além de hits que marcam sua trajetória na música, o show de Humberto Gessinger contou com participações especiais
Foi exatamente em 25 de abril deste ano que o Humberto Gessinger anunciou, por meio de suas redes sociais, a data para retornar à capital paulista: dois de dezembro.
Aos fãs ansiosos, parecia uma eternidade aguardar os oito meses que estavam por vir. Até que o dia prometido chegou e o lugar escolhido para a apresentação foi o Tokio Marine Hall – antigo Tom Brasil, na zona Sul – e a poucos dias para o evento acontecer, uma surpresa: o músico porto-alegrense divulgou as participações especiais que a noite prometia.
Passavam pouco mais das nove da noite quando o público ainda se acomodava em seus assentos, até que surgiu o Gessinger em meio às cortinas vermelhas da casa de show – e em um palco ainda com pouca iluminação – para anunciar a abertura de Esteban Tavares.
Durante sua apresentação, o gaúcho de Camaquã fez questão de ressaltar sua admiração e gratidão ao Humberto Gessinger por tudo o que ele já fez musicalmente. O próprio já fez parte de dois álbuns solos de Gessinger [Insular – 2013; e Insular Ao Vivo – 2015].
E num formato acústico, Tavares tocou por quase quarenta minutos seu próprio repertório. Quando Esteban estava prestes a finalizar sua apresentação, após ter tocado “Temporal” e “Carta aos Desinteressados”, o músico relembrou como começou a ouvir os Engenheiros do Hawaii e como se sentia honrado, anos mais tarde, de ter em sua bagagem a participação especial de Gessinger em “Sinto Muito Blues” – música inspirada graças a uma faixa do disco GLM, a “Pampa no Walkman”, quando Tavares ouvia aos 16 anos.
Após a saída de Esteban em meio a aplausos – e já num palco muito bem iluminado, obrigada! -, sinal aberto para que as mesmas cortinas vermelhas se abrissem para receber Humberto Gessinger, Felipe Rotta na guitarra e bandolim e Rafael Bisogno na bateria e percussão.
Quem já assistiu a um show da turnê “Não Vejo A Hora” já sabe que Gessinger mescla seu set com sucessos que emplacaram sua carreira, como “Infinita Highway”, “Terceira do Plural”, “Somos Quem Podemos Ser”, “3×4” – dedicada publicamente à sua esposa Adriane -, “Pra Ser Sincero”, “Terra de Gigantes” e tantas outras. Mas, também, é a oportunidade de o público conhecer – ou àqueles que já foram reconhecer – suas músicas mais recentes, como “Partiu”, “Bem a Fim” e “Um Dia de Cada Vez” – que em meio ao tormento que a pandemia da Covid-19 causou mundo afora, ganhou ainda um significado muito maior a cada estrofe.
Mas há quem diga que o momento mais aguardado era a vinda dos convidados que Gessinger havia prometido pela curiosidade do que os músicos iriam tocar no decorrer do show. Até que a canção “De Fé” ganhou a interpretação, unicamente, de Esteban Tavares e fez com que a plateia sentisse um arrepio na espinha ao ver como o artista se entregava à música.
Logo em seguida, Humberto chamou Roberta Campos para dividir a canção “Começa Tudo Outra Vez”. Ainda com um sorriso tímido – por tentar entender naquele momento a magnitude do que é pisar no mesmo palco que seu ídolo – Roberta destacou que este era o seu presente de aniversário antecipado estar ali. Sobre a faixa escolhida, Gessinger ressaltou que nunca foi tão fácil fazer música por ter como parceira, justamente, a Roberta Campos.
Arrisco-me a dizer que dentre tantos shows que já cobri do Humberto Gessinger em São Paulo, este da turnê – que iniciou em 2019 e está chegando ao fim; atente-se à agenda! – foi o melhor. Talvez pela chance que tive de observar o trio estando próxima ao palco e notar a dimensão de como era ver o Humberto à vontade a cada música que ele tocava, mesmo invertendo algumas estrofes – o que já viraram suas características próprias. Ou até mesmo sentir o impacto da voz do público que se sobressaia pela área de 2.400m² ao cantar intensamente cada hit das mais 25 músicas selecionadas.
E realmente, Gessinger, como você bem disse no show, há muito do que se guardar desta noite.