Na última sexta-feira, a compositora e cantora Roberta Campos lançou o disco “O amor liberta”. Aí você pode perguntar: o que esse assunto tem a ver com o Rock 80 Brasil? E respondo: Tudo. Roberta Campos já gravou Nando Reis, Nenhum de Nós e, em particular neste álbum, o parceiro da vez foi Humberto Gessinger.
O nome da canção é “Começa tudo outra vez”, composta por Roberta e Humberto e também cantada pelos dois. E quer saber? A canção ficou linda demais. O Rock 80 Brasil bateu um papo exclusivo com a Roberta e com o Humberto para saber um pouco mais sobre essa parceria.
Rock 80 Brasil: Roberta, como surgiu a ideia da música “Começa tudo outra vez” e por que a escolha do Humberto como parceiro?
Roberta Campos: Eu sempre fui fã do Humberto! Ele é muito inteligente e a maneira dele fazer música é muito própria! A gente teve uma sintonia muito boa e acho que parcerias musicais nascem assim, de uma troca de afinidades! Somos capricornianos e amamos a música! rs
Rock 80 Brasil: Como foi a parceria?
Roberta Campos: Nos encontramos em um show do Humberto aqui em São Paulo, em 2016. Tivemos uma ótima sintonia, que trouxemos pra música! Mandei uma ideia que eu tinha feito e ele me deu esse presente de se tornar meu parceiro nessa canção! Convidei-o para cantar a música comigo, acho que ela tem muito essa pegada de prosa!
Humberto Gessinger: Ela mandou uma demo já bem adiantada, só tratei de acrescentar alguns versos transformando em diálogo o que era um monólogo. Ficou um contraste bonito.
Roberta Campos: Eu fiz a melodia e primeira parte da letra, até o refrão! O Humberto fez a segunda parte da letra! Essa canção é como se estivéssemos na sala, num café, num bar conversando! Acho bonito que fica muito claro a minha personalidade e minha escrita, assim como a do Humberto também! Por isso era tão importante ter ele nessa gravação!
Rock 80 Brasil: Em tempos de pandemia e distanciamento, como foi a gravação?
Roberta Campos: Eu gravei meu disco no Rio de Janeiro e Humberto gravou o vocal de “Começa Tudo Outra Vez” em Porto Alegre. Foi a distância, mas me senti muito próxima ele, como quando escuto a gravação.
Humberto Gessinger: Pra compor, prefiro estar sozinho, que cada um tenha seu tempo. Pra cantar, seria legal estarmos juntos, mas não é nada problemático fazer cada um na sua.
Rock 80 Brasil – Humberto Gessinger, Nando Reis, Nenhum de Nós. Roberta, qual a influência do Rock 80 Brasil na sua carreira musical e dessa turma com quem ainda pretende fazer parceria?
Roberta Campos: Eu cresci ouvindo o Rock 80: Engenheiros, Legião Urbana, Titãs, Os Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho…inevitável não trazer comigo essas influências também!
Pena que não tem mais o Renato Russo, pois seria tão incrível fazer alguma coisa com a Legião Urbana e com o Renato! Eu amo tanto essa banda! Me identifico muito com Os Paralamas do Sucesso, a forma que o Herbert compõe…quem sabe um dia a gente se junta! Seria demais!
Rock 80 Brasil: Humberto, você já tem parceria com Tiago Iorc e agora Roberta Campos. Como vê o diálogo com essa outra geração?
Humberto Gessinger: Temos mais semelhanças pelo fato de sermos compositores do que diferenças por sermos de gerações distintas. Há um vasto campo comum pra erguer a ponte. As diferenças são o tempero, dão o sabor.
Rock 80 Brasil: Humberto, aproveitando a conversa, tem previsão de volta para os palcos?
Humberto Gessinger: Estamos acertando detalhes, partindo de shows que estavam marcados e foram adiados. Obviamente muita coisa mudou nesse tempo mas, por paradoxal que seja, quero retomar de onde parei, tocando o repertório do “Não vejo a hora” e alguns clássicos. A base continua sendo o power trio, mas também quero manter ativo o trio acústico.
Enquanto isso não acontece, estou trabalhando em remakes de 5 faixas deste disco. Sempre gostei da fase analógica da música eletrônica dos anos 70, entrei em contato com um time legal que entende bem esta linguagem e tem os equipamentos vintage. Tá ficando muito bacana. Acho que releituras podem testemunhar a força das composições, jogando uma luz diferente.