/Ilustres Guerreiros

Ilustres Guerreiros

Foi em maio de 1994 que peguei um ônibus rumo a São Carlos, interior paulista, para assistir ao show do Biquini Cavadão. Na época “Zé Ninguém”, “Impossível” e outras eram sucessos que faziam o show lotar de fãs, cantando canção por canção.

O show foi em um clube, que hoje não existe mais (virou uma igreja). O Brasil passava por um tempo de esperança na política e na economia (o Real começava a fazer efeito).

De lá pra cá, muita coisa mudou. O Biquini também? Não. Estar no show do Biquini Cavadão no último sábado, no São Carlos Clube, fez-me voltar 25 anos. A energia da banda é a mesma, o ótimo instrumental também. Bruno Gouveia continua o mesmo: cantando, interpretando, fazendo gestos e animando o público.

O show começou com “Vital”, sucesso do primeiro discos dOs Paralamas do Sucesso. A música está no último trabalho do grupo, o “Ilustre Guerreiro”, dedicado à obra de Herbert Vianna. Bruno explicou a origem do nome Herbert (o nome do disco) e quanto o líder dos Paralamas foi importante para o Rock 80 Brasil e para o Biquini Cavadão. Foi ele quem deu nome ao grupo e quem os apresentou para a gravadora.

A partir daí o set list surfou entre os sucessos da banda, como “Tédio”, “Janaína”, “Vento ventania”, e de Vianna/Paralamas, como “Aonde quer que eu vá”, “Ska”, e até um diáĺogo entre as duas obras, como aconteceu com “Dani” (leia mais sobre essa música aqui) e “Uma brasileira”, as duas juntas e misturadas.


O Biquini Cavadão continua sendo o Biquini Cavadão. E isso é ótimo!

Fabricio Mazocco é jornalista, doutor em Ciência Política, professor universitário, fã de rock e criador do blog Rock 80 Brasil.