No último sábado, 10, o músico e eterno líder da banda Engenheiros do Hawaii, Humberto Gessinger, comemorou os seus merecidos 30 anos de carreira em uma única apresentação na capital paulista.
E, é claro que os correspondentes do Blog Rock 80 Brasil passaram lá no Citibank Hall e conferiram de perto uma noite resumida em três décadas.
Atravessei a cidade de São Paulo para cobrir um show que comprometia toda a euforia e satisfação desta jovem estudante de jornalismo e redatora de um blog pra lá de aconchegante.
O relógio apontava às sete horas da noite quando eu desci do táxi, em frente à casa de show Citibank Hall, e reparei a fila que já rondava a entrada do espetáculo. Exclamei em minha sã consciência que aquela noite seria, realmente, especial para muitos.
Com um sol de verão que se despedia, alguns fãs me confessavam que estavam na fila desde às sete da manhã. ‘Às sete da manhã, quanto vale a vida?’ – Me interroguei.
Aquela tal ansiedade que saía pelos poros de quem esperava o momento certo, aconteceu: um pouco mais das oito da noite os portões foram abertos do Citibank Hall. Em instantes, a casa já estava lotada. A capital paulista foi testemunha das gerações de fãs que se encontravam cruzando Estados como Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre; e outros lugares do país.
Fãs, que não eram nascidos no início da trajetória do Humberto Gessinger, ouviam, atentamente, as histórias dos “veteranos” que disfarçavam a euforia como se estivessem em seu primeiro show da banda.
A paciência se esgotava de uma forma generosa quando as cortinas do Citibank Hall se abriram, pontualmente, às 22h30. Lá estava um homem de uma banda só tentando esconder a timidez numa noite que não cabia dentro de si.
E o show começou com as canções consagradas “Até O Fim”, “Armas Químicas & Poemas”, “Ilex Paraguariensis”; além das composições que complementam o recente trabalho de Gessinger, o Insular, e embalou com “Bora” e “Tudo Está Parado”.
O público não parava de cantar as melodias que eram tocadas com arranjos diferenciados num misto de riffs de guitarras, uma bateria eletrizante e um teclado cercado de sintonias; e seguiram o baile em “Surfando Karmas & DNA”, “Eu Que Não Amo Você”, “Sua Graça” e mesclou as canções “Insular” com “Ando Só”. Com a noite que seguia, Humberto recitou a canção “Somos Quem Podemos Ser” embarcou com “De Fé”; relembrou os quatro anos com o Pouca Vogal tocando “Voo do Besouro”; e além do hit “Terra de Gigantes”.
A ocasião que prometia a comemoração de uma vida na estrada, também foi contemplada com o lançamento do álbum “Insular Ao Vivo”, gravado em maio de 2014, em Belo Horizonte, e que, no palco do Citibank Hall teve um convidado pra lá de generoso: Paulinho Goulart com o seu acordeon acompanhou o Humberto Gessinger na canção “Milonga Orientao” e a inabalável “A Ponte Para O Dia”.
Com tanto tempo de carreira, Humberto Gessinger retornava às canções do início de sua trajetória até chegar em sua fase atual, e ao lado de Rodrigo Tavares (na guitarra e vocal) e Rafael Bisogno (na bateria e percussão), o trio continuou o show com “Nuvem”, a mistura de baião em “Deserto Freezer”, “3×4”, “Tchau Radar, A Canção” e “Pra Ser Sincero”. E finalizaram com “Dom Quixote” e “Exército de Um Homem Só”.
Ou melhor: “finalizou” não era uma palavra que os fãs queriam ouvir, e na ânsia daquela noite não acabar, o público pedia bis. E o bis dose dupla dos gaúchos vieram com “Dançando No Campo Minado”, “Refrão de Bolero”, a tão esperada “Sampa no Walkman” e a consagrada “Infinita Highway”, junto com o Paulinho Goulart que complementou com a sua “gaita”.
Num show que durou duas horas, Humberto Gessinger apenas tentava reverter aos fãs a sua gratidão por acompanharem nessa trajetória musical. E a data de uma comemoração de uma banda que marcou a história do rock nacional era apenas um pretexto de que o show tem que continuar. De uma forma ou de outra, sempre continuará.
– – –
Texto: Ellen Visitário
Contou exatamente como foi. Show maravilhoso!!! A ponte para o próximo…
Parabéns pela matéria!
Excelente texto! Muito bom relembrar o show, mesmo que através de texto. Esse show foi demais!! Sinto que o Humberto fica cada vez mais confortável com shows e com o público.