Naquele ano de 1987 ainda se suspeitava do que realmente estava acontecendo com a saúde de Cazuza. Já em carreira solo, Cazuza estava sedento por novas músicas, mas ao mesmo tempo vivia o drama de conviver com uma doença até então pouco estudada e com poucos remédios.
Lucinha Araújo conta no livro “Só as Mãs são Felizes” que depois de ficar internado em Boston e de retornar ao Brasil, Cazuza se mudou para seu novo apartamento. Mesmo soropositivo e sabendo dos riscos que passava, eram comuns as festas e a presença de amigos. Cauza já pensava em seu segundo disco solo.
Havia uma canção que Cazuza estava trabalhando com o sempre companheiro Frejat. Cansado de visitas e especulações sobre seu estado de saúde, Cazuza escreveu uma de suas melhores letras, “Blues da Piedade”, que podemos entender como uma crítica a esse estado de piedade ao que não se sabe bem ao certo o que é. A música está no álbum “Ideologia”, considerado o melhor álbum de estúdio de Cazuza.