A Legião Urbana foi o ícone de uma geração. Integrada no Rock 80 Brasil, a banda fortaleceu o discurso que uma nova geração queria dizer. Havia o que falar, mas não onde falar. E foi com talento, vigor, que essa turma soube dar o recado.
A Legião Urbana nasceu antes mesmo de ser Legião Urbana. Foi lá no “Aborto Elétrico” que Renato Russo mostrou em pequenas doses o que viria a ser. A Legião Urbana chegou para fortalecer uma nova fase do rock nacional anos 80, aquela do discurso, das palavras de ordem, da poesia urbana. O primeiro álbum é de 1985, depois do Rock in Rio. Lá estão grandes clássicos como “Será”, “Geração Coca-Cola” e “Ainda é cedo”. Confira abaixo um texto sobre o disco publicado no site da Legião Urbana. Ouça as músicas, mas lembre-se: sempre compre o CD original
“Janeiro de 1985 foi o mês do rock no Brasil. O mês do Rock in Rio. Pela televisão, a Legião Urbana via os amigos paralâmicos apresentarem ‘Química’ para um público estimado em 200 mil pessoas, mais todos os milhões que assistiam aquilo em casa como eles. Naquele mesmo mês, a gravadora EMI Odeon lançava o álbum Legião Urbana, o primeiro da turma de Brasília e aquilo era só o começo.
Atropelado pela ressaca Rock in Rio, o primeiro disco da Legião demorou a chegar aos ouvidos do grande público e a emplacar. Isso começou a virar em junho de 1985, quando ‘Será’, a primeira faixa do álbum, chegou às rádios. Quem colocasse aquela bolachinha para tocar na vitrola, ouviria logo uma chamada na caixa da bateria e um riff direto de guitarra abrindo o disco. As linhas de cada instrumento eram simples e claras. A voz de Renato também já dizia a que vinha nos primeiros versos: ‘Tire suas mãos de mim/ eu não pertenço a você’. Era uma relação amorosa tensa, com um olhar de angústia e mais intimista do que o que existia até ali no rock brasileiro. Um sentimento extremamente pessoal, mas num discurso que o tornava coletivo e universal: ‘Nos perderemos entre monstros da nossa própria criação/ Serão noites inteiras/ Talvez por medo da escuridão/ Ficaremos acordados/ Imaginando alguma solução/ Pra que esse nosso egoísmo/ Não destrua o nosso coração’. Depois, o refrão com ares quase filosóficos: “Será só imaginação?/ será que nada vai acontecer?/ será que é tudo isso em vão?/ será que vamos conseguir vencer?”. Era uma letra angustiada e, ao mesmo tempo, esperançosa. Ficava fácil perceber que outros tempos se abriam no rock nacional.
O disco seguia com letras fortes e postura punk. Não era o rock sorridente feito no Rio de Janeiro e que estava na moda. Era o outro lado de uma mesma moeda, sendo que esse era mais poético e vigoroso. Havia uma série de novas referências culturais que provocavam identificação imediata com aquela geração que crescera jogando ‘Space Invaders’. ‘Geração Coca-Cola’ era outra, que de tão direta virou hino. Impacto imediato, com letra sem metáforas, recado direto e andamento acelerado. Ou seja, nada a ver com o que faziam os ‘grandes nomes’ da música brasileira naquele momento. ‘É tudo velho… A gente quer fazer coisa nova’, dizia Renato Russo. E era isso que eles faziam.
Faixas como ‘Ainda é cedo’ e ‘Por enquanto’ virariam standards da música brasileira, cruzando gêneros e vozes de forma a não deixar dúvidas sobre a força do repertório do primeiro álbum da Legião Urbana. Depois de 25 anos, já foram mais de 500 mil cópias vendidas, cerca de 100 mil só naquele primeiro ano. O terreno estava aberto para a história.”
Igor, esse texto, incluindo os dados, são de um texto que está disponível no site da Legião Urbana, conforme citado fonte no blog. Segue o link http://www.legiaourbana.com.br/discografia
"Depois de 25 anos, já foram mais de 500 mil cópias vendidas, cerca de 100 mil só naquele primeiro ano"
Como assim ?O disco vendeu 500 mil só no lançamento.Imagine hoje.Legião dificilmente vendia menos de 1 milhão por disco.